Macau represented in a Lisbon’s conference


 

 

MACAU NO CENTRO DE CONFERÊNCIA EM LISBOA

 

Segunda e terça-feira decorre em Lisboa uma conferência centrada no papel do território no contexto da Grande Baía e da Nova Rota da Seda. Francisco Leandro, um dos oradores, destaca a importância da iniciativa, salientando que o conhecimento da China ainda é “muito influenciado por uma certa narrativa ‘ocidental’”

 

Salomé Fernandes

 

O Centro Científico e Cultural de Macau em Lisboa vai acolher uma conferência sob o tema “Macau – Plataforma de Cooperação no Contexto da Grande Baía e da Nova Rota da Seda” nos próximos dias 24 e 25 entre as 18h e as 19h30 (hora portuguesa), com a abertura a cargo do general Garcia Leandro. O cartaz é acompanhado dos nomes de Fernanda Ilhéu, Francisco Leandro e Paulo Duarte como oradores.

Quando Francisco Leandro realizou a sua primeira conferência em Portugal sobre o tema, em 2016, a sala encontrava-se meio vazia. No entanto, o académico nota um crescimento do interesse pelas questões que envolvem a China e Macau entre os portugueses, nomeadamente nas comunidades académica, diplomática e de negócios. “Creio que à medida que a China se vem tornando um actor global (ou pelo menos regionalmente dominante), será inevitável que tenhamos todos cada vez mais interesse nas questões que envolvem a China e as sua políticas”, disse à TRIBUNA DE MACAU.

Recordando que a conferência decorre depois da participação do Presidente de Portugal no segundo fórum de desenvolvimento da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e da visita oficial que fez a Pequim, notou acrescer importância ao evento porque “o conhecimento das questões da China ainda é muito influenciado por uma certa narrativa ‘ocidental’ e não por um contacto directo ou um estudo sério sobre os assuntos essenciais”.

A intervenção do Francisco Leandro dá-se depois da apresentação do seu livro “Steps of Greatness: The Geopolitics of OBOR”, nas quais se destacam duas ideias. Por um lado, que a ascensão da China ao concerto das grandes potências está a deslocar o centro da globalização para a região Indo-Ásia Pacífico, por outro, que a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” é “uma política inter-geracional de segurança destinada a produzir resultados através de um modelo de cooperação alternativo aquele que ofereceram as potências vencedoras da II Guerra Mundial”.

O docente da Universidade da Cidade de Macau acredita que o livro foi bem recebido no exterior pela apresentação da iniciativa, numa perspectiva macro. Dada a rápida evolução do tema, vai apresentar a obra com uma actualização dos últimos desenvolvimentos.

O papel de Macau surge associado ao conceito imaterial de plataforma, para criar sinergias entre a China e o espaço lusófono. “O papel que a China reservou a Macau, no contexto do interesse nacional, deve ser considerado com a oportunidade essencial no desenvolvimento económico sustentado de um território que hoje está dominado pelo jogo”, declarou. Na sua visão, “o jogo tem sido uma alternativa fácil ao modelo de plataforma e tem impedido Macau de reconhecer que o futuro está num desenvolvimento capitalizador das relações China-lusofonia”.

A conferência da próxima semana é promovida pela Associação Amigos da Rota da Seda, Instituto Internacional de Macau e a Fundação Jorge Álvares.

Information source: https://jtm.com.mo/local/macau-centro-de-conferencia-em-lisboa/